Eu sou princesa, e não rainha.
- Bruna Machado
- 11 de set.
- 3 min de leitura
Lições de autoestima para uma mulher moderna.
Por Bruna Machado - jornalista e taróloga
Tempo de leitura 6 minutos
Era uma tarde chuvosa no Rio de Janeiro, daquelas que fazem a gente reconsiderar cada compromisso agendado. Mas lá estava eu, fiel às minhas responsabilidades, esperando para uma consulta de rotina.
Enquanto a chuva caía lá fora, eu me acomodava na sala de espera do consultório, tentando passar o tempo observava as pessoas — hábito que carrego com orgulho como jornalista, taróloga e, acima de tudo, uma eterna admiradora da alma humana.
Energia de leveza
Sentou-se ao meu lado uma mulher que me chamou atenção de imediato. Talvez fosse a energia leve que ela exalava, ou o look descontraído e vibrante: sapatilhas amarelas, um vestido alegre, cabelos bem arrumados.
Ela parecia em paz com quem era e com o mundo ao seu redor. Entre um sorriso e outro, conversava por áudios com uma amiga. Eu, sem querer (ou talvez querendo um pouco), não pude deixar de ouvir. Afinal, a voz dela era alta o suficiente para rivalizar com o barulho da chuva.
Até que surpreendentemente...
Ela disse algo que me marcou:
"Eu já falei para ele que eu não lavo, não passo, meu tempo é valioso. Que eu sou princesa. Eu não quero nem ser rainha, porque rainha tem responsabilidades. É isso! Eu estou me achando nesse nível."
Confesso, segurei um sorriso. Era impossível não admirar tamanha confiança.
E o bate papo seguiu
Descontraído, entre gargalhadas e mais áudios o papo se desenvolveu. Ela falava com tanta convicção, com uma energia tão plena, que por um instante esqueci onde estava.
Fiquei pensando: quantas de nós temos essa coragem de nos posicionar assim, de nos colocar como protagonistas da nossa vida, sem culpa ou medo de julgamentos?
Autoestima não é sobre esperar uma coroa, é sobre colocá-la você mesma.
Aquela frase — “eu sou princesa, não rainha” — poderia soar contraditória para algumas pessoas, mas para mim, como taróloga que lida com autoestima e relacionamentos amorosos diariamente, foi uma aula.
O que ela realmente dizia ali não era sobre abdicar de responsabilidades, mas sobre viver conforme suas prioridades, respeitar seus limites e se permitir viver no flow da própria energia.
Quantas vezes nos colocamos no papel de “rainha”, mas uma rainha sobrecarregada, que cuida de tudo e de todos, e esquece de cuidar de si mesma?
Quantas vezes aceitamos papeis que não nos cabem só porque o outro espera algo de nós?
Parece que a mulher ao meu lado havia entendido algo muito importante: a vida é muito curta para não ser vivida com autenticidade e leveza. E, sejamos honestas, sapatilhas amarelas e um vestido alegre são muito mais condizentes com a vibe de princesa do que com a carga de uma rainha.
O que o Tarô diria sobre isso?
Se eu fosse traduzir essa situação fazendo uma referência ao tarô, imediatamente pensaria no Arcano da Imperatriz. Ela representa o feminino abundante, fértil e criativo, mas sem perder a conexão com o prazer e o bem-estar. É a mulher que sabe receber, que valoriza sua energia e não deixa ninguém desmerecer seu trono — seja ele de princesa ou de rainha.
Ao mesmo tempo, também há uma pitada do Arcano da Força por aqui. Aquela que nos lembra que o verdadeiro poder vem da sutileza e da harmonia entre razão e emoção. A mulher ao meu lado parecia ter domado suas feras internas e entendido o valor de dizer “não”.
E você, em que papel está se colocando?
A lição daquela tarde chuvosa foi clara para mim: autoestima não é sobre o que o mundo espera de você, mas sobre o que você espera de si mesma. É sobre parar de aceitar o papel de “resolve-tudo” e abraçar o que te faz feliz. Se isso significa dizer “eu sou princesa”, que assim seja!
Agora, minha pergunta para você é: em qual papel você tem vivido? Será que está pronta para largar o peso da “rainha sobrecarregada” e se permitir ser quem realmente é?
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E fique ligada: no próximo texto, vou te contar como o Arcano da Imperatriz pode ser seu guia para transformar sua relação com você mesma e com o amor. Não perca! Até lá.
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